segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Banco de praça.

Em conversas com uma amiga, Daniela, ela me disse o que sentiu quando viu em uma pracinha um casal de namorados. Foi uma conversa engraçada, e também reflexiva. E para mim, também inspiradora. Pensando na conversa, escrevi. Eis aqui Ecos do Momento:

Banco de praça.

Lembro-me perfeitamente.
Abraçados, beijamo-nos. O tempo sorriu para nós...
E presenteou-nos levemente...
E Ledo foi o engano: Confie, desfrute. Será eterno para vós.

No maior dos teatros, estávamos – O mundo.
Calaram-se os ventos, e num instante
Todos os elementos, um a um, perante
Nós, admirados, alegravam-se – Nós, o centro de tudo.

Memorável tarde, o espetáculo a nós pertencia.
Aplausos podiam-se ouvir, ensinamos com ousadia
O que em quentes carícias detínhamos: A alegria.

Firme seja a memória, conserve-se nela
As proezas de dois loucos corações. Que sempre bela
Permaneça. E minhas tristezas leve o vento, em forma de canções.

(Lucas do Nascimento Magalhães)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eu serei.

Há coisas na vida que cansam. Você não suporta mais a situação, e não vê a hora de tudo ir pro espaço, se acabar logo de uma vez! Não interessa quem, ou o que você irá perder ou afetar, mas você somente procura a cura. E no compasso desse desespero, você fala, externa coisas que apertam seu interior. Pensando nisto, escrevi. Eis aqui Ecos do Momento:

Eu serei.

Recordo-me com saudade de tudo que se foi.
A terra fendeu-se, não há chão.
Os Céus emudeceram-se, e somente assistem...
E penso que não existe solução.

Jacto, desisto. O belo inexiste.
Os maus sorriem em inolvidáveis castelos,
Brindam o silêncio dos bons e sobre o mundo, triunfam.
É somente para os bons, o sofrimento?

Se há o Bem, invoco-lhe. Exijo-lhes a paga!
Jamais feri, e o meu pecado foi o amar intenso.
Condenaram-me por tal. Justiça? Se há, manifeste-se. Quero vê-la.

Nada mais me importa. Danem-se a sepultura e o riso!
Destemido estou, e não penso em parar. Rasgarei os Céus e o mundo!
Reconheçam-me quando falarem: Ele falou o que tememos falar.

(Lucas do Nascimento Magalhães)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Crepúsculo.

Longe de ser um impulso causado pelo recente filme (Eu ainda não assisti). Na verdade, é uma denúncia própria. Quando planeja-se coisas, que não dão certo, sentimos uma leve rejeição própria, por dar créditos a pensamentos, planejamentos que não vingaram. Por muitas das vezes, até mesmo receio de tentar planejar novamente. Podemos sentir que o vento é sempre mais forte que nós, e que sempre levará nossos castelos de areia. Sempre e sempre. O tempo é que dirá se é pressão momentânea, ou uma dura realidade. Envolvido por tais pensamentos, escrevi. Eis aqui Ecos do Momento:

Crepúsculo.

Dilacerou-se a fé em mim, e não mais creio, enfim.
Não ambiciono delícias, sorrisos e felicidade.
Pelas ruas se vão meus sonhos; minhas quimeras.
Perdem-se. Sei que não voltarão.

Pequenos, simples, desejados, amados por mim.
Sonhos vis, que construí em noites alegres.
Doces fantasias. Moldavam-me a vida.
Pretextos, pra não viver sem direção.

Os raios da manhã iluminam-me a face...
Inicia-se o dia, e já me ponho à tua procura.
Acompanho-te em pensamento. Eis minha maldição.

Um dia, irei achar-me. Deveras, anseio pelo momento.
Inerte encontro-me, jacto ao vento...
Conduza-me ao belo, brevemente, peço-te. O crepúsculo sufoca-me...


(Lucas do Nascimento Magalhães)

domingo, 1 de novembro de 2009

Canção alegria.

Muitos são os que já sorriram pro mundo, destruídos por dentro. Alegria, risos que escondem o que se passa, lá no íntimo... Sei que não sou um caso extraordinário neste assunto. Pensando nisso, escrevi. Eis aqui Ecos do Momento:

Canção alegria.

O que era, não é. Poderá ser, talvez.
Tenho pressa de mim mesmo.
Conforto-me, e mesmo assim meu olhar incita,
Grita por dias de glórias... Tenho sede de glória.

Achego-me a janela. Ouço passos, vejo sorrisos...
Rostos felizes me consomem. Que há de errado com eles?
Não compreendo, muito menos vivencio; evito.
Solidão, o erro que virou vício.

Loucos, desvairados... Vivem alucinações!
Porque não ouço a música que os vejo dançar?
Vê-los é tortura. Da canção alegria, não faço parte.

Meu coração fecha-se. Condescender é tolice.
Vedes? Lá fora, entre os homens, há luz.
... Sinto as gotas do temporal.

(Lucas do Nascimento Magalhães)